terça-feira, março 21, 2006

The Adventures of Batman & Robin - Parte 3

Dia desses fui comer um pouco de sucrilhos. Peguei lá a caixa, derramei o cereal dentro do prato, fui até a geladeira, peguei o leite e aí notei, em cima da mesa da cozinha, um pote de cobertura de chocolate. Manja aquelas coberturas pra sorvete? Então.

Olhei pra cobertura, olhei pro prato de sucrilhos.
Cobertura.
Sucrilhos.
Cobertura.
Sucrilhos.

Pensei "Ah, por que não?". Joguei um bocado de cobertura nos sucrilhos, adicionei leite e mandei pra dentro.

Ficou bom PRA CARALHO!

...

Eu sei que isso não tem nada a ver com o conteúdo deste blog, mas é que queria dividir com vocês a minha descoberta.

Agora vamos ao que interessa:


Trouble In Transit

Konami, Estados Unidos, 1994.

- Não sei, não.
- Não sabe o quê?
- Essa quinta fase do jogo do Batman.
- O que é que tem?
- Aí é que tá! O que é que tem? Não tem nada! Qual era o objetivo na primeira fase? Sair correndo pelo nível, espancar capangas, chegar ao chefão e baixar o cacete.
- Sim. E daí?
- E qual era o objetivo da segunda fase? Sair pulando pelo nível, imobilizar mulheres-capangas com aqueles bumerangues em forma de morcego com nome idiota, chegar ao chefão e baixar o cacete.
- Certo. E...?
- E no terceiro nível? A mesma coisa!
- Não, péra lá! No terceiro nível primeiro era necessário encontrar os funcionários desaparecidos do museu!
- Sim, claro. Como se isso fizesse alguma diferença realmente marcante. E na quarta fase...
- ...não tinha capangas! Era só a perseguição à Mulher-Gato.
- Mas era basicamente a mesma coisa!
- Mas teve aquela parte com os holofotes!
- Ah, sim! Aquela ficou linda, hein?
- Ô!
- Dá até orgulho de ver!
- E eu não sei?
- A gente é foda.
- Realmente.
- Então.
- Então.
- Então, como diabos vamos fazer a quinta fase?
- Oras, muito simples: o Batman correndo pelas ruas de Gotham atrás do Duas-Caras.
- Espancando capangas?
- Exatamente.
- Você não entendeu ainda? O jogo tá ficando repetitivo. Os jogadores vão desligar o SNes assim que perceberem que todas as fases são a mesma coisa.
- Será?
- Óbvio! Cara, precisamos fazer algo realmente marcante. Que supere Prince Of Persia.
- Não força, hein?
- Tá, tá. Mas que pelo menos fique na lembrança dos jogadores.
- E o que você sugere?
- Algo diferente.
- Isso eu já sei. Mas tipo o quê?
- Bom, isso vai soar meio idiota, mas... sabe, eu sempre quis pilotar o batmóvel!
- Tem razão. Soou meio idiota. E, só por curiosidade, o que isso tem a ver com a conversa?
- Tudo, oras! Vamos fazer o jogador pilotar o batmóvel pelas ruas de Gotham, em perseguição ao Duas-Caras.
- E... e os capangas?
- Sem capangas.
- Mas... mas... eu sou especialista em capangas, levei horas escrevendo o código de comando deles. Além do mais, Duas-Caras sem capanga não é Duas-Caras.
- Tá bom, tá bom! A gente coloca os capangas na rua!
- Na rua?
- Aham.
- No meio da rua?
- Sim.
- Tipo... na ESTRADA?
- É!
- E como o Batman vai lutar com eles?
- Não vai. O morcego irá simplesmente bohrimiá-los com o batmóvel!
- Você é louco? Um jogo violento assim não venderia nunca!
- Bah. Então a gente coloca os capangas em outros carros. Feliz agora?
- Agora, sim.
- Então beleza!
- Beleza! Vamos lá!
- Vamos!
- ...
- COMEÇA A PROGRAMAR AÍ, PORRA!
- Ah, eu?
- Claro! Você é o programador aqui, esqueceu?
- Bah. Eu tô cansado pacaraleo, só trabalho nesta porra! Merda!
- Ah, pára de reclamar. Vai escrevendo os códigos aqui que eu vou rascunhar um negócio.
- O quê?
- Nada demais. É que aquele lance de correr pela cidade e atropelar pedestres me deu umas idéias.
- Psicopata.


Percebendo que o jogo estava caindo na mesmice, os criadores resolveram que a quinta fase seria completamente diferente de todas as outras. Corrijam-me se estiver errado, mas acho que nunca antes foi dada aos jogadores a oportunidade de pilotar o batmóvel. E devo ressaltar: meu sonho é encontrar um carro cujo motor ronque como aquele.

Bom, a fase começa com Batman recebendo um aviso que diz que o banco de Gotham acaba de ser assaltado pelo Duas-Caras, que fugiu de carro com seus comparsas logo após o crime.


O morcego, que estava rodando pela cidade exibindo seu potente carrão, resolve sair no encalço do miserável para mostrar que não basta ter um veículo tunadão, com um motor envenenado que ronca feito um tigre faminto, rodas de liga leve e diversos outros apetrechos que você NÃO encontra na loja de peças automotivas mais próxima (como metralhadoras sob os faróis): é preciso ter BRAÇO e saber dirigir.

São poucas as dicas que eu posso te dar na primeira parte da fase. Na verdade, são apenas duas:

1 - Você NÃO QUER atirar nos outros veículos, ok? NÃO QUER! É aquele tipo de coisa que merece uma placa enorme com letras garrafais onde se lê "PÉSSIMA IDÉIA!". Explodir os carros dos cidadãos de Gotham vai diminuir seu tempo e, acredite, o que você tem mal é suficiente.

2 - Freio é para os fracos. Apenas menininhas usam o pedal do meio! Macho que é macho joga o carro pro lado oposto ao da curva e gira o volante no momento preciso, sem jamais perder velocidade. Isso tudo só tirando finos dos meio-fios, sem tocar nos limites da pista.

Depois de umas seis curvas, o carro do Duas-Caras surge na sua frente puxando um cavalo-de-pau e te deixa comendo poeira. Robin, fazendo uma de suas participações especiais dispensáveis no jogo, diz algo como "Santo desrespeito às leis de trânsito, Batman! Precisamos nos apressar!".


Você entra numa pista bem maior, onde é bem mais fácil dirigir, por conseqüência, mas - e sempre há um "mas" - os outros carros agora deixam bombas para trás, então lembre-se de ficar ziguezagueando (adoro essa palavra) para não ser atingido. Porém - e raramente há um "porém" após um "mas", mas temos um exemplo legítimo bem aqui - você agora é livre para usar suas metralhadora e transformar os outros veículos em enormes nuvens de estilhaços dourados.


Depois de muitas, muitas curvas (não tive paciência pra contar dessa vez), você novamente se depara com o calhambeque do Duas-Caras. Aliás, esse lance de manterem o clima noir e o design das coisas como eram nos anos 30 no desenho do Batman foi a coisa mais inteligente que a Warner Brothers já fez. De verdade. Acho que é a época em que o morcego REALMENTE se adequa. O grande problema é que a DC insiste em mantê-lo "atualizado", agindo nos dias de hoje. Boa parte da magia do personagem se perde dessa maneira, já que vivemos em tempos muito mais cínicos e ninguém se assustaria ao ver um homem surgindo com uma roupa de couro que imita um morcego.

Enfim. Divago.

A estratégia contra ele é se manter de um lado pro outro da pista para evitar as bombas e atingi-lo com a metralhadora. De vez em quando ele irá reduzir a velocidade para ficar atrás de você. Felizmente parece que o item "metralhadoras sob os faróis" estava em falta quando ele resolveu tunar aquela velharia, então só pôde comprar um lança-mísseis do qual é bem fácil se desviar.


Mantenha-se ziguezagueando (hehehe) e apertando o botão de tiro (agora é a sua vez de soltar bombas na pista). Quando aquele alvo começar a piscar, afaste-se. Algumas pessoas acham que o melhor é frear e deixar o carro dele sempre adiante, mas, como eu já disse, freio é coisa de menininha. O botão do breque é um item apenas ilustrativo na fase e está presente com a única função de diferenciar os TRUE dos POSERS. YEAH! _\,,/

Depois de algum tempo o carro do Duas-Caras vai começar a soltar uns pedaços que eu não faço idéia do que são e, pouco depois disso, vai explodir em uma nuvem de estilhaços dourados que eu também não tenho idéia do que sejam.


O Robin vai se oferecer pra passar as marchas do Batmóvel e o Batman vai rir e dizer que o moleque sabe muito bem que o carro tem câmbio automático. Após essa piadinha cretina, podemos seguir para o nível seguinte.


Perchance to Scream

Com licença, alguém aí poderia me dizer qual é um dos muitos epítetos do Batman, talvez o que melhor descreva o personagem?

Não, não é Cavaleiro das Trevas, malditos fãs de Frank Miller (dentre os quais me incluo). O epíteto ao qual me refiro é "maior detetive do mundo". Todo mundo diz que o Batman é o maior detetive do mundo, mas acho que todas essas pessoas que insistem em afirmar isso deveriam ter visitado a Konami durante a produção do jogo, porque tudo o que o morcegão parece fazer é ficar em casa vendo televisão, esperando que aquela repórter, Summer Gleeson, diga que algo está acontecendo para SÓ ENTÃO o "maior detetive do mundo" chegar lá, espancar geral e sair fora com a sensação de dever cumprido. Porque não foi trabalhar de repórter, já que a intenção do cara era depender das informações da imprensa?

Vá investigar, rato voador dos infernos!

Bah.

Então. Batman está na mansão dele, como o grande detetive que é, esperando algum caso cair do céu, como fazem todos os grandes detetives, e vê um noticiário falando sobre uma festa que está sendo dada aos professores da Universidade Estadual de Gotham. Claro que uma mera festa não seria razão suficiente para o maior detetive do mundo tirar da cadeira sua bunda detetivesca para ir detetivizar o local. O que chama atenção de tão detetívica figura é um enorme dirigível no céu e a pergunta feita por Summer Gleeson, a repórter:

- O que será exatamente esse estranho dirigível misterioso?

Antes do cameraman gritar "esse estranho dirigível misterioso é EXATAMENTE isso!!!" a matéria termina. Batman, empregando suas capacidades de melhor detetive do mundo, presume que isso deve ser obra do Espantalho, que alimenta rancores com relação aos professores universitários há anos e deve ter visto nessa reunião a oportunidade perfeita para se vingar.

Decidido a impedir o pobre criminoso de aniquilar parte dessa raça maldita que são os "acadêmicos", o Cavaleiro das Trevas, Maior Detetive do Mundo, resolve ir até lá dar um reboque na galera. O sujeito tá em casa o dia inteiro, só coçando, oras. Custa nada dar uma mãozinha (ainda que seja na cara dos outros).

E só pra constar: como vai ser necessário lidar com o Espantalho, é uma ótima idéia levar a máscara de gás com você. Eu também costumo levar a spray gun pra apagar os civis miseráveis.

Embora seja um evento de gala, Batman - um homem claramente avesso a normas sociais, como bem explicita seu hábito de usar cueca por cima das calças - não apenas se recusa a comparecer vestido a rigor, trajando smoking, como chega ao local dando escândalo, feito uma bicha tresloucada, berrando:

- CORRAM! CORRAM POR SUAS VIDAS! O ESPANTALHO ESTÁ A CAMINHO!

Patético!

Os professores não têm tempo de seguir a ordem do pobre herói incompreendido: parece que tem alguém numa sala próxima fumando um bagulho dos bons e a fumaça da sauna acabou se espalhando pelo prédio inteiro, graças aos dutos de ar-condicionado. Todo mundo fica chapadão, numa boa, numa nice, repetindo "Aí, qual é? Qual foi? Por que é que tu tá nessa?". Mó lombra!

Batman, acostumado a usar narcóticos muito mais pesados, nem sente o efeito da mary juana e acaba se encontrando com o Espantalho. Aliás, esses encontros sempre me intrigam: por que diabos o maldito mascarado não prende o pretenso vilão logo no começo, de modo a minimizar os danos? Não, eles sempre se encontram, o bonzinho permite que o mauzinho escape só pra ter que redobrar seus esforços pra capturá-lo.

Mas, afinal de contas, pra quê simplificar se podemos complicar, não é verdade, minha gente?

De todo modo, o Cruzado de Capa, em vez de aplicar logo no Espantalho um Cruzado de Direita (pararam pam tschhh), prefere deixar o escangalhado lá desaparecer pra só então resolver ir atrás. Lusitano!

Antes de prosseguir, saiba que é impossível socar os civis doidões com o bagulho do espantalho. E, embora eles também não possam te causar dano, são capazes de te segurar e impedi-lo de se defender dos que PODEM. Tudo o que você pode fazer contra eles, no fim das contas, é:

a) Passar por cima: Quem dera fosse com o batmóvel. O seu pulo é alto o que suficiente para fugir dos abraços por trás dos professores universitários (que provavelmente são viados, como todos os outros do mundo). É uma boa idéia, mas pode se mostrar complicada em certos casos.

b) Colocá-los pra dormir: O que será impossível, a menos que você tenha dado ouvidos à minha idéia e trazido sua spray gun. Isso te livra dos civis inoportunos de uma vez por todas.

Faça o que fizer, o importante é impedi-los de te acochambrar. Não pega bem pra um cara de colante sair por aí levando abraços por trás, ainda mais de "acadêmicos", essa corja asquerosa de gente de baixo nível.

(Não, não é impressão sua: eu nutro, sim, um certo desprezo saudável por professores universitários.)

Nos momentos em que não houver nenhum civil à vista (aliás, reparem como eles correm devagar, parece que estão sob o dobro de força gravitacional) é inteligente manter os bata... ehr... aqueles bumerangues em forma de morcego com nome idiota à mão para desarmar eventuais atiradores.

Lembrando-se de todas essas dicas e sabendo plantar bananeira usando batina sem deixar a barra cair em direção ao rosto, tenho certeza que você vai se dar bem no jogo. Ou ganhar uma grana no "Se Vira Nos 30" do Faustão. Ei, eu pagaria pra ver algo assim!

O corredor seguinte deve ser o lugar onde a turma do departamento de História se reúne pra discutir as implicações da campanha militar de Napoleão no cenário social do Congo Belga da década de 1940. E fumar uma maconha, claro, que é o que eles fazem melhor. Essa névoa que sobe e desce como se fosse uma maré gasosa causa dano, e é exatamente aqui que aquela bendita máscara de gás vai se mostrar útil.

Mas só aqui e em um trecho semelhante nessa mesma fase.
De resto, essa porcaria não tem qualquer serventia.

Não vai ser muito fácil passar por esse trecho, driblar os civis, desarmar os bandidos e evitar respirar a marola, tudo ao mesmo tempo. Mas também não vai ser difícil. Eu demonstraria alguma confiança nas habilidades de vocês, se alguém de fato estivesse jogando enquanto acompanha esse detonado.

Como ninguém está, não há razão pra desperdiçar algo tão raro quanto minha confiança.

Logo após esse pedaço da fase vem um outro trecho com alguns balcões e vilões. Você também vai encontrar novas cargas para a spray gun e algum life, se estiver precisando. Não há muito o que explicar aqui, então não vou explicar nada, só pra fazer diferente.


E o mais legal é pular dos balcões e já cair nos bandidos dando a voadora. Não causa nenhum dano adicional, mas eu me divirto.

Logo após virá outro centro de reunião de alunos de ciências humanas, provavelmente sociólogos. Uma puta marola toma conta do lugar e você novamente precisará da sua máscara de gás. É um pouco mais difícil do que o trecho anterior semelhante, mas, oras, quem consegue ler um texto enorme e enfadonho desses consegue passar por algo assim sem grandes traumas ou tormentos, não?

Sim!

Por fim você passará em um corredor igual àquele hall de entrada. Mesmo lugar, mesmos inimigos, mesma estratégia (se é que há uma), blá blá blá. Já tô de saco cheio. Vamos logo pro que interessa!

Subindo uma escada você chegará ao topo do prédio a tempo de ver o dirigível do Espantalho saindo fora. Robin, fazendo (mais) uma participação completamente dispensável, surge com a nave do Batman - esse moleque não tem brinquedos próprios, não? - e te dá uma idéia brilhante: ele vai te soltar no topo do dirigível, você vai chegar até a ponta, saltar e, usando sua grapling gun, se pendurar até conseguir chegar dentro do balãozão do Espantalho! Brilhante, heim?

INSANO, isso sim. Não seria bem mais simples disparar uns mísseis e derrubar aquela porcaria de vez? Que tipo de idiota toparia uma idéia dessas?

THE BATMAN, claro.

Então o O BATMAN encara o desáfio do moleque só pra provar que usa ceroulas mas é machão. Durante a subida o guri parece te jogar no meio de um monte de balões com gás intencionalmente, só pra ver se você é bom o suficiente pra se desviar de todos. O curioso é que a máscara de gás não te protege contra o gás dos balões, o que me fez criar algumas teorias. Pode ser que eles machuquem ao explodir por causa da borracha da qual são feitos. Ou então eu estou novamente explorando os furos do roteiro, e é essa a hipótese mais provável.


Não vale a pena tentar socar os balões. Você vai acabar tomando dano à toa. O negócio é se manter abaixado e, quando parecer que não dá pra desviar, levante-se e... desvie-se, oras. Aqueles bumerangues em forma de morcego com nome idiota são uma mão na roda na hora de estourar os que se aproximarem de você com intenções claramente maléficas. Use-os.

Depois disso desça no teto do dirigível, baixe o cacete nos capangas - que, pobres coitados, só trabalham nesta porra - e siga até chegar à ponta da nave. Agora faça o que só um :doido: muito, muito, MUITO problemático inventaria de fazer nessa situação: pule e vá se balançando pra direita com sua grapling gun até chegar à cabine da bagaça. Sim, você vai ter que largar a corda no meio do nada e soltar outra até chegar lá. Aliás, vai ter que fazer isso várias vezes.


Complexo de Homem-Aranha é foda. Eu já imaginava que o Batman sofria disso, mas esse jogo confirmou minhas suspeitas. Deplorável!

Uma vez dentro da cabine, o dirigível perde o controle. Aliás, o lugar está em chamas e não há a menor explicação de por que isso acontece. Acho que os programadores foram ficando com preguiça de explicar tudo à medida que foram escrevendo o jogo, assim como eu tô ficando com preguiça de explicar tudo à medida que vou escrevendo sobre.


Bom, lembre-se de saltar as chamas (fogo machuca, tio) e dar porrada nos capangas (levar socos e tiros dói, tio) e você ficará bem. Logo, logo vai chegar à cápsula de fuga do espantalho e poderá novamente pular em um veículo em movimento muitos metros acima do chão. Assim como na primeira fase. "De total ausência de juízo esse cidadão sofre", já diria Mestre Yoda.

Agora, sim, o Batman vai querer dar porrada no Espantalho. Na situação mais desfavorável possível: em cima das asas de um ultraleve que voa SEM PILOTO enquanto as duas bonecas trocam uns tapas.

Pra ser sincero, esse é o único chefe no qual eu tomei dano enquanto escrevia esse detonado (até aqui, pelo menos), porque você nunca sabe se os tiros vão ou não te atingir efetivamente. Às vezes eles passam direto por você, sem causar problemas, e às vezes eles mal tocam as linhas do Batman, mas ele perde life. Não dá pra explicar, não dá pra entender. O negócio é tentar se manter próximo do Espantalho (o que é difícil, porque o viado pula pacaraleo), sempre abaixado e dando rasteiras (chutes na canela, na verdade).


É muito mais chato do que difícil, mas uma hora ele vai morrer. Você vai se perguntar por que eu tô escrevendo um detonado de um jogo tão fácil, eu vou me perguntar a mesma coisa, nenhum de nós vai tentar criar uma resposta e esse mistério cairá no limbo das grandes questões sem resposta (e sem qualquer importância) da humanidade.

Ufa. Finalmente.
Última parte a caminho, e essa trata das minhas duas fases preferidas no jogo: Riddle Me This e The Gauntlet. Então provavelmente será mais fácil de escrever e vou demorar menos para publicar.

(tomara)

Próxima fase

Marcadores: , ,

sábado, março 11, 2006

The Adventures of Batman & Robin - Parte 2


Fowl Play

Veja o nome do jogo: The Adventures of Batman e Robin. As Aventuras de Batman e Robin, se você tiver tecla SAP no seu videogame.

Batman E Robin.

"É verdade! Cadê o Robin?", pergunta você.
"Achei que você não fosse perguntar nunca! Nessa fase ele finalmente dá as caras!", respondo eu.

Mas só nessa. Depois ele some e só volta a aparecer em diálogos com o Batman. Então se o seu personagem preferido da dupla dinâmica (É, dupla dinâmica é o caralho, eles são dois filha da puta!) é o Passarinho em vez do Morcego, você vai gostar desse level.

E vai odiar o resto do jogo. Mas aí é problema teu.

Enfim. Batman recebe uma mensagem do moleque dizendo que parece ter acontecido alguma coisa no museu, que ele tem a voz estranha e perguntando "Cê é meio viado?". Batman chama o guri de mal-agradecido, ameaça colocá-lo num colégio interno se ele não moderar o linguajar e avisa que está indo até o local verificar o incidente, mas que vai precisar que o Robin ajude, vestindo-se como mulher do Coringa, se fantasiando de viado.

Robin reluta, mas acaba topando.

No fim da conversa, Alfred se intromete e avisa ao Batman que é melhor levar todo o equipamento. Mas convenhamos: se Alfred soubesse mesmo das coisas, ele seria o Batman, enquanto Bruce Wayne não passaria de um reles Mordomo. Então sinta-se livre para ignorar a criadagem impertinente. O que você vai precisar levar mesmo é a lanterna. E só. O resto é opcional.


Logo no começo, Batman e o Robin se separam. Parece que os responsáveis pelo jogo não gostam muito do moleque e querem vê-lo pelas costas. Muito bom-senso da parte deles: quando se trata de homens de colante, deve-se seguir a regra dos Highlanders ("Só pode haver um!").

Assim que ele for embora, ligue a lanterna e vá em frente, evitando as bombas espalhadas pelo chão. Solte o sujeito amarrado no fim do corredor, que vai choramingar algo sobre ter sido atacado por uma criatura que lembrava um pássaro e te pedir pra salvar o segurança que deve estar preso no subsolo. Mas que bonito! Que beleza! Como é bonito o amor das pessoas.

Desça pelo elevador (o curioso é que falta luz no lugar, mas o elevador continua funcionando; e eu adoro apontar os furos do roteiro, deu pra notar?) e vá para o subsolo b. Lá na última sala você vai encontrar um guardinha amarrado. Solte-o e Robin vai aparecer junto com o curador.

Ele vai te dar uma chave mestra e dizer que existem mais quatro pessoas presas no museu. As localizações delas são randômicas, então não adianta nada te dizer onde as encontrei, pois no seu jogo elas estarão em salas diferentes. Nessa situação só posso te dar uma dica:

Se vira.

Logo depois que você salvar todos os reféns, procurando de sala em sala (não é difícil, mas é um saco), fale com Robin pelo interfone e ele vai tentar te dizer que já sabe quem atacou o museu. Mas, oras, Batman é o maior detetive do mundo e, para provar isso, atropela a fala do guri para mostrar que já desvendou o... cof, cof... mistério, que já sabe que é tudo obra do Pingüim. Não sei como o moleque aturou isso por tanto tempo! Não é à toa que virou o Asa Noturna!

No meio da conversa o Pingüim ataca o Robin, interrompe o papo e apaga todas as luzes de novo. E lá vai o Batman para a sala do gerador. Chegando lá o Passarinho está todo amarrado. Para um "super-herói", estar nessa situação deve ser tão humilhante que eu fiz questão de tirar um screenshot da cena:


Não vai te ajudar em nada com o jogo, apenas achei necessário eternizar o momento!

Bom, você solta o moleque, acende as luzes novamente (isso parece até minha infância, quando eu ia ver TV com meus irmãos e um queria a luz acesa, enquanto outro queria a luz apagada, e ficavam nessa punheta de interruptor até fulano puxar o cabelo de cicrano, cicrano morder o braço de beltrano, beltrano dar um soco nas costas de fulano, minha mãe entrar em cena e enfiar a porrada em todo mundo) e fica sabendo que o Pingüim levou o curador do museu para algum lugar. Um lugar que VOCÊ precisa encontrar. Quer saber onde é?

É aleatório de novo! Mais uma vez: se vira pra encontrar. =)


Ele vai finalmente te dar o código para entrar na exposição do segundo andar. Você vai até lá só pra encontrar Pingüim e seu Abutre de estimação (porque criar Pitbull é coisa de amador). Lutar contra o pássaro é mole. Tudo o que você tem a fazer é ficar abaixado e esperar ele investir. Assim que tiver espaço suficiente, levante-se e fique socando o bicho. Ele vai continuar mergulhando em direção aos seus socos, então não decepcione o pobre animal e soque-o sem dó.


Depois que ele morrer, suba as escadas pra descer um cacete naquele nanico que não aprendeu até hoje que vestir fraque e cartola é altamente démodé (que coisa de viado!). Não que um homem que veste colante possa dizer muito sobre moda, mas enfim.

Chegando no terraço, o Pingüim diz que vai te mostrar a nova invenção dele. E surge um... helicóptero. Eu achava que o responsável pelos esboços dessa máquina era Leonardo da Vinci, mas, afinal de contas, o que é que eu sei? Pelo menos há uma vantagem: o italiano tá morto desde o renascentismo, então não teria como processar ninguém por reclamar a autoria da obra dele.

Esse é grande lucro em tirar vantagem dos mortos: eles não podem se defender. Que o digam os necrófilos (eu vou inserir uma piadinha horrorosa de humor negro em cada post deste detonado, fiquem de olho!).

Lutar contra o Pingüim é mais fácil que comer defunto em necrotério (pararapam-tshh): fique perto dele descendo a porrada até derrubá-lo três vezes. Depois afaste-se. Ele vai voar com o guarda-chuva (isso deve ser um soco no estômago dos fãs da Mary Poppins, mas tudo bem, eles merecem) e o helicóptero ali atrás vai começar a disparar pelo telhado. Acredite: se você colocasse um cachalote pintado como um alvo, com uma placa gigantesca que dissesse "ATIRE AQUI!" a sete centímetros desse piloto, a chance dele acertar seria bem próxima de zero. E quando digo "bem próxima de zero" me refiro a algum número negativo abaixo de -5%.

Não vai ser muito difícil se desviar dos tiros, acredite.


Passe algum tempo descendo a porrada no Pingüim e se desviando dos tiros do helicóptero, e logo, logo o Batman estará estufando o peito de orgulho, você estará se perguntando se não tem nenhum jogo mais desafiador à disposição e eu vou começar a achar que realmente escolhi um muito fácil.

E vamos pra próxima fase!


Tale Of The Cat

Certo. Depois de... de... ah, sei lá quantos dias eu passei procrastinando isso aqui. Foram muitos, mas chega. Tá na hora de tocar o barco adiante. Imagino que vocês estejam ansiosos para zerar o jogo.

A menos que já tenham zerado sozinhos ou que sequer estejam jogando. Mas duvido que vocês sejam capazes de algo assim, seja por incompetência, no primeiro caso, ou por companheirismo, no segundo (e não venham me dizer que já zeraram, ou que não estão jogando, malditos algozes; permitam-me um mínimo de ingenuidade na vida!).

Enfim. Vamos nessa.

Começamos a fase com Batman dizendo que não agüenta mais aquela merda de batcaverna, que tá um puta puteiro lá em cima e que ele vai sair pra pegar umas putas. Alfred, como uma boa tia velha, pede apenas para que ele não se esqueça de levar um agasalho e se alimente bem antes de ir para a rua.

Mas o Batman é praticamente um discípulo de Chuck Norris e não precisa levar agasalho nenhum. Aliás, o cara é tão bom, mas tão bom, que não precisa de qualquer tipo de equipamento. Deixe tudo aí e vá de mãos vazias, pra mostrar que você é machão.

Bom, quando finalmente temos a opção de jogar, o "mocergo" está no meio de um beco. Um ser humano normal teria que optar se sai pela frente ou pelos fundos do beco, mas não o THE BATMAN. THE BATMAN, como um legítimo exemplar do seleto grupo dos humanos fodônicos, resolve que quer ir PRA CIMA. Como ele não voa (eu tô dizendo, deviam colocar o Super-Homem nesse jogo!), o negócio é ir quicando de parede em parede. E cuidado com as saídas de ar. Parece que as grades rasgam as luvinhas de pelica do morcegay e ele não fica muito feliz com isso.

Chegando ao topo do prédio, Batman vê, ao fundo, a Mulher-Gato escalando um outro edifício. Com o orgulho ferido por ver que alguém fica bem melhor em roupas de couro do que ele e - ainda pior - consegue escalar um prédio com muito mais categoria, o rapazote resolve trocar uma idéia com essa mina forgada. Céirto?


Os dois se encontram em um elevador, onde o cruzado de capa já chega chegando.

- Aí, Mina-Gato. Firmão?
- Céirto, Batmano.
- Só nos pano, heim?
- É nóis.
- Diz aí, o que cê tá fazendo aqui nas minha quebrada?
- Oxe, mano. Vai cuidar da tua vida. Tô aqui dando uns rolê.
- Pareceu que tu tava trampando, só na correria.
- Nem. Só no lazer.
- Aí, mina, tá me tirando? Eu tô ligado que cê tá é dando uns güento nas parada dos mano burguês que mora na área. Boto fé que tá tudo mocado aí nos teus borso!
- Ih, nem é, ó. Cê chapou o côco, mano?
- Mina, de boa, já tô ficano com sangue nos óio. Vaza logo da minha quebrada antes que a casa caia p'cê, céirto? Queima o chão senão vô sentar a mão na sua cara.
- Oxe, mano. Se é assim, cai dentro, então.
- Então bora. E nem vai achando que eu vou te dar um boi só porque tu é mó mina de esquema.



Dar porrada na Mulher-gato é mole (aliás, acho que não tem nenhum chefe particularmente difícil nesse jogo): jogue um batarangue (ô nomezinho ridículo), dê uma voadora. Afaste-se. Jogue outro batarangue (a partir de agora chamado apenas de "aqueles bumerangues em forma de morcego com nome idiota"), dê outra voadora. Afaste-se.

Fique assim até o elevador chegar ao andar desejado. E lembre-se: primeiro quem está dentro sai, só então os que estão aguardando podem entrar. Tenham educação, crianças.

Antes de sair, ela se vira e diz:

- Apavorô, heim, mano?

Ela vai embora correndo, seguida pelo Mano das Trevas. Sem qualquer aviso, chega na beira do prédio e pula. Qualquer pessoa de juízo perfeito pensaria "Ih, já era!", mas essa não é uma descrição que possa ser aplicada a um ricaço que prefere torrar sua fortuna em apetrechos em formato de morcego e sair por aí espancando psicóticos a simplesmente resolver que os pais dele morreram, o que é uma pena, mas essas coisas acontecem, e usar suas reservas monetárias quase infinitas pra comer todas as supermodelos que tiver vontade.

Mas cada um, cada um.

Como um bom psicopata, Batmano resolve pular atrás da Mina-Gato. Durante a queda você terá oportunidade de socá-la várias vezes. Embora não exista a menor possibilidade de nocautear a mulher e acabar com essa palhaçada toda, baixar o cacete nela - além de confirmar certas teorias de Nelson Rodrigues - vai te dar pontos, que depois serão convertidos em vida, dependendo do nível em que você estiver jogando (eu tô no difícil, mas é pra quem pode - momento EGO do dia). Lembre-se de ficar atento quando ela estiver acima de você, para se desviar das investidas.


No fim você terá que se pendurar num mastro de bandeira com sua grapling gun. Não é exatamente fácil, nem é exatamente difícil, e eu não sou exatamente bom em definir as coisas, o que não é exatamente uma vantagem.

Os dois pousam no teto de um prédio próximo. Indignada, a Mina-Gato reclama:

- Aí, mano, sai da minha cola, céirto? Tô aqui na minha e tu tá me tirando de pivete? Ó como cê é!
- Eu disse pra tu dar um pinote, mina. Mas tu foi lá pra minha área afanar as parada dos mano. Agora agüenta.


Novamente, a guria abre o gás (não, nada a ver com flatulência). Já que ela passou a mão em pertences de manos considerados da quebrada de Gotham City, é seu dever MORAL dar-lhe um sacode!

Agora falando sério: essa cena de perseguição nos telhados com os holofotes é sensacional. Acho que uma das mais memoráveis de todos os videogames que já joguei. E não foram poucos!


Não existe perigo nenhum nesse trecho da fase, a menos que você seja um completo idiota, incapaz de identificar até mesmo os mais básicos rudimentos dos videogames, e não perceba que é necessário pular os buracos. E eu não consigo entender como um imbecil tão... furioso na arte da imbecilidade é capaz de chegar a esse nível (de imbecilidade E do jogo).

Ao fim dessa etapa, a Mina-Gato vai aparecer na saída de incêndio do prédio e descer pelas escadas. Antes de ir atrás dela, mude sua arma para o bata... ops. Foi mal. Como disse anteriormente, vou me referir a esse item, a partir de agora, apenas como "aqueles bumerangues em forma de morcego com nome idiota".

Então voltemos: mude sua arma para aqueles bumerangues em forma de morcego com nome idiota e só então siga a gost... ehr... a miserável até um beco, onde ela - realmente confirmando algumas teorias de Nelson Rodrigues - vai mandar logo a real:

- Aí, mano, cansei dessa putaria! Chega mais aí que tá na tua hora. Cê vai levar salva de bala na cara, paquito!


Lembra da estratégia de jogar um daqueles bumerangues em forma de morcego com nome idiota, dar uma voadora, se afastar, jogar outro daqueles bumerangues em forma de morcego com nome idiota, dar uma voadora, se afastar, e assim ad infinitum?

É só repetir. Não tem erro. Depois de... hm... uma porrada de golpes - eu ia contar, pra dar um número específico, mas são muitos e eu não sou doente a esse ponto - a luta acaba e ela cai desmaiada.

Agora aproveite-se do corpo inerte dela enquanto a polícia não chega.

Como esse é um jogo sem restrições de idade, obviamente essa parte vai ficar por conta da sua imaginação, seu maldito punheteiro. Vê se lava essa mão antes de voltar a tocar no controle, pelo amor de deus.

Próxima fase

Marcadores: , ,